segunda-feira, 1 de novembro de 2010

24 respostas para as principais dúvidas sobre inclusão


Gestão administrativa

1. Como ter certeza de que um aluno com deficiência está apto a frequentar a escola?
Aos olhos da lei, essa questão não existe - todos têm esse direito. Só em alguns casos é necessária uma autorização dos profissionais de saúde que atendem essa criança. É dever do estado oferecer ainda uma pessoa para ajudar a cuidar desse aluno e todos os equipamentos específicos necessários. "Cabe ao gestor oferecer as condições adequadas conforme a realidade de sua escola", explica Daniela Alonso, psicopedagoga especializada em inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.

2. As turmas que têm alunos com deficiência devem ser menores?
Sim, pois grupos pequenos (com ou sem alunos de inclusão) favorecem a aprendizagem. Em classes numerosas, os professores encontram mais dificuldade para flexibilizar as atividades e perceber as necessidades e habilidades de cada um.

3. Quantos alunos com deficiência podem ser colocados na mesma sala?
Não há uma regra em relação a isso, mas em geral existem dois ou, em alguns casos, três por sala. Vale lembrar que a proporção de pessoas com deficiência é de 8 a 10% do total da população.

4. Para torna a escola inclusiva, o que compete às diversas esferas de governo?
"O governo federal presta assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para o acesso dos alunos e a formação de professores", explica Claudia Pereira Dutra, secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC). Os gestores estaduais e municipais organizam sistemas de ensino voltados à diversidade, firmam e fiscalizam parcerias com instituições especializadas e administram os recursos que vêm do governo federal.
Gestão da aprendizagem
5. Quem tem deficiência aprende mesmo?
Sem dúvida. Sempre há avanços, seja qual for a deficiência. Surdos e cegos, por exemplo, podem desenvolver a linguagem e o pensamento conceitual. Crianças com deficiência mental podem ter mais dificuldade para se alfabetizar, mas adquirem a postura de estudante, conhecendo e incorporando regras sociais e desenvolvendo habilidades como a oralidade e o reconhecimento de sinais gráficos. "É importante entender que a escola não deve, necessariamente, determinar o que e quando esse aluno vai aprender. Nesses casos, o gestor precisa rever a relação entre currículo, tempo e espaço", afirma Daniela Alonso.

6. Ao promover a inclusão, é preciso rever o projeto político pedagógico (PPP) e o currículo da escola?
Sim. O PPP deve contemplar o atendimento à diversidade e o aparato que a equipe terá para atender e ensinar a todos. Já o currículo deve prever a flexibilização das atividades (com mais recursos visuais, sonoros e táteis) para contemplar as diversas necessidades.

7. Em que turma o aluno com deficiência deve ser matriculado?
Junto com as crianças da mesma idade. "As deficiências física, visual e auditiva não costumam representar um problema, pois em geral permitem que o estudante acompanhe o ritmo da turma. Já os que têm deficiência intelectual ou múltipla exigem que o gestor consulte profissionais especializados ao tomar essa decisão", diz Daniela Alonso. Um aluno com síndrome de Down, por exemplo, pode se beneficiar ficando com um grupo de idade inferior à dele (no máximo, três anos de diferença). Mas essa decisão tem de ser tomada caso a caso.

8. Alunos com deficiência atrapalham a qualidade de ensino em uma turma?
Não, ao contrário. Hoje, sabe-se que todos aprendem de forma diferente e que uma atenção individual do professor a determinado estudante não prejudica o grupo. Daí a necessidade de atender às necessidades de todos, contemplar as diversas habilidades e não valorizar a homogeneidade e a competição.

9. Como os alunos de inclusão devem ser avaliados?
De acordo com os próprios avanços e nunca mediante critérios comparativos. Esse é o modelo adotado na EM Valentim João da Rocha, em Joinville, a 174 quilômetros de Florianópolis (leia mais no quadro abaixo). "Os professores devem receber formação para observar e considerar o desenvolvimento individual, mesmo que ele fuja dos critérios previstos para o resto do grupo", explica Rossana Ramos, professora da Universidade de Pernambuco (UPE). Quando o estudante acompanha o ritmo da turma, basta fazer as adaptações, como uma prova em braile para os cegos.

10. A nota da escola nas avaliações externas cai quando ela tem estudantes com deficiência?
Em princípio, não. Porém há certa polêmica em relação aos casos de deficiência intelectual. O MEC afirma que não há impacto significativo na nota. Já os especialistas dizem o contrário. Professores costumam reclamar disso quando o desempenho da escola tem impacto em bônus ou aumento salarial. "O ideal seria ter provas adaptadas dentro da escola ou, ao menos, uma monitoria para que os alunos pudessem realizá-las. Tudo isso, é claro, com a devida regulamentação governamental", defende Daniela Alonso. Enquanto isso não acontece, cabe aos gestores debater essas questões com a equipe e levá-las à Secretaria de Educação.

Gestão de equipe
11. É possível solicitar o apoio de pessoal especializado?
Mais do que possível, é necessário. O aluno tem direito à Educação regular em seu turno e ao atendimento especializado no contraturno, responsabilidade que não compete ao professor de sala. Para tanto, o gestor pode buscar informações na Secretaria de Educação Especial do MEC, na Secretaria de Educação local e em organizações não governamentais, associações e universidades. Além do atendimento especializado, alunos com deficiência têm direito a um cuidador, que deve participar das reuniões sobre o acompanhamento da aprendizagem, como na EMEF Luiza Silvina Jardim Rebuzzi, em Aracruz, a 79 quilômetros de Vitória (leia mais no quadro abaixo).

12. Como integrar o trabalho do professor ao do especialista?
Disponibilizando tempo e espaço para que eles se encontrem e compartilhem informações. Essa integração é fundamental para o processo de inclusão e cabe ao diretor e ao coordenador pedagógico garantir que ela ocorra nos horários de trabalho pedagógico coletivo.

13. Como lidar com as inseguranças dos professores?
Promovendo encontros de formação e discussões em que sejam apresentadas as novas concepções sobre a inclusão (que falam, sobretudo, das possibilidades de aprendizagem). "O contato com teorias e práticas pedagógicas transforma o posicionamento do professor em relação à Educação inclusiva", diz Rossana Ramos. Nesses encontros, não devem ser discutidas apenas características das deficiências. "Apostamos pouco na capacidade desses alunos porque gastamos muito tempo tentando entender o que eles têm, em vez de conhecer as experiências pelas quais já passaram", afirma Luiza Russo, presidente do Instituto Paradigma, de São Paulo.

14. Como preparar os funcionários para lidar com a inclusão?
Formação na própria escola é a solução, em encontros que permitam que eles exponham dificuldades e tirem dúvidas. "Esse diálogo é uma maneira de mudar a forma de ver a questão: em vez de atender essas crianças por boa vontade, é importante mostrar que essa demanda exige a dedicação de todos os profissionais da escola", diz Liliane Garcez, da comissão executiva do Fórum Permanente de Educação Inclusiva e coordenadora de pós-graduação de Inclusão no Centro de Estudos Educacionais Vera Cruz (Cevec). É possível também oferecer uma orientação individual e ficar atento às ofertas de formação das Secretarias de Educação.

Gestão da comunidade
15. Como trabalhar com os alunos a chegada de colegas de inclusão?
Em casos de deficiências mais complexas, é recomendável orientar professores e funcionários a conversar com as turmas sobre as mudanças que estão por vir, como a colocação de uma carteira adaptada na classe ou a presença de um intérprete durante as aulas. Quando a inclusão está incorporada ao dia a dia da escola, esses procedimentos se tornam menos necessários.

16. O que fazer quando o aluno com deficiência é agressivo?
A equipe gestora deve investigar a origem do problema junto aos professores e aos profissionais que acompanham esse estudante. "Pode ser que o planejamento não esteja contemplando a participação dele nas atividades", afirma Daniela Alonso. Nesse caso, cabe ao gestor rever com a equipe a proposta de inclusão. Se a questão envolve reclamações de pais de alunos que tenham sido vítimas de agressão, o ideal é convidar as famílias para uma conversa.

17. O que fazer quando a criança com deficiência é alvo de bullying?
É preciso elaborar um projeto institucional para envolver os alunos e a comunidade e reforçar o trabalho de formação de valores.

18. Os pais precisam ser avisados que há um aluno com deficiência na mesma turma de seu filho?
Não necessariamente. O importante é contar às famílias, no ato da matrícula, que o PPP da escola contempla a diversidade. A exceção são os alunos com quadro mais severo - nesses casos, a inclusão dá mais resultado se as famílias são informadas em encontros com professores e gestores. "Isso porque as crianças passam a levar informações para casa, como a de que o colega usa fralda ou baba. E, em vez de se alarmar, os pais poderão dialogar", diz Daniela Alonso.

19. Como lidar com a resistência dos pais de alunos sem deficiência?
O argumento mais forte é o da lei, que prevê a matrícula de alunos com deficiência em escolas regulares. Outro caminho é apresentar a nova concepção educacional que fundamenta e explica a inclusão como um processo de mão dupla, em que todos, com deficiência ou não, aprendem pela interação e diversidade.

20. Uma criança com deficiência mora na vizinhança, mas não vai à escola. O que fazer?
Alertar a família de que a matrícula é obrigatória. Ainda há preconceito, vergonha e insegurança por parte dos pais. Quebrar resistências exige mostrar os benefícios que a criança terá e que ela será bem cuidada. É o que faz a diretora da EM Osório Leônidas Siqueira, em Petrolina, a 765 quilômetros do Recife (leia mais no quadro abaixo). Os períodos de adaptação, em que os pais ficam na escola nos primeiros dias, também ajudam. Se houver recusa em fazer a matrícula, é preciso avisar o Conselho Tutelar e, em último caso, o Ministério Público.

Gestão do espaço
21. Como preparar os vários espaços da escola?
Ao buscar informações nas Secretarias de Educação e instituições que apoiam a inclusão, cabe ao gestor perguntar sobre tudo o que está disponível. O MEC libera recursos financeiros para ações de acessibilidade física, como rampas e elevadores, sinalização tátil em paredes e no chão, corrimões, portas e corredores largos, banheiros com vasos sanitários, pias e toalheiros adaptados e carteiras, mesas e cadeiras adaptadas. É fato, porém, que há um grande descompasso entre a demanda e a disponibilização dos recursos. O processo nem sempre é rápido e exige do gestor criatividade para substituir a falta momentânea do material.

22. Há diferença entre a sala de apoio pedagógico e a de recursos?
A primeira é destinada a qualquer aluno que precise de reforço no ensino. Já a sala de recursos oferece o chamado Atendimento Educacional Especializado (AEE) exclusivamente para quem tem deficiência, algum transtorno global de desenvolvimento ou altas habilidades.


Gestão de material e suprimentos
23. É preciso ter uma sala de recursos dentro da própria escola?
Se possível, sim. A lei diz que, no turno regular, o aluno com deficiência deve assistir às aulas na classe comum e, no contraturno, receber o AEE preferencialmente na escola. Existem duas opções para montar uma sala de recursos: a multifuncional (que o MEC disponibiliza) tem equipamentos para todas as deficiências e a específica (modelo usado por algumas Secretarias) atende a determinado tipo de deficiência. Enquanto a sala não for implantada, o gestor deve procurar trabalhar em parceria com o atendimento especializado presente na cidade e fazer acordos com centros de referência - como associações, universidades, ONGs e instituições conveniadas ao governo.

24. Como requisitar material pedagógico adaptado para a escola?
Áudio-livros, jogos, computadores, livros em braile e mobiliário podem ser requisitados à Secretaria de Educação local e ao MEC. "Para isso, é preciso que a Secretaria de Educação apresente ao MEC um Plano de Ações Articuladas", explica Claudia Dutra.

fonte : http://revistaescola.abril.com.br

O novo papel da Educação Especial

       A nova política nacional para a Educação Especial é taxativa : todas as crianças e jovens com necessidades especiais devem estudar na escola regular. Desaparecem, portanto, as  escolas  e classes segregadas. O atendimento especializado continua existindo apenas no turno oposto . É o que define o Decreto 6.571, de setembro de 2008. O prazo para todos os municípios se ajustarem às novas regras vão até o fim deste ano de  2010.
       O texto não acaba com as instituições especializadas no ensino dos que têm deficiência. Em lugar de substituir, elas passam a auxiliar a escola regular, firmando parcerias para oferecer atendimento especializado no contraturno.
       Na prática, muda radicalmente a função do docente dessa área. Antes especialista em uma deficiência, ele agora precisa ter uma formação mais ampla. "Ele deve elaborar um plano educacional especializado para cada estudante, com o objetivo de diminuir as barreiras específicas de todos eles", diz Maria Tereza Eglér Mantoan, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma das pioneiras nos estudos sobre inclusão no Brasil.
       Ensinar os conteúdos das disciplinas passa a ser tarefa do ensino regular, e o profissional da Educação Especial fica na sala de recursos para dar apoio com estratégias e recursos que facilitem a aprendizagem. É ele quem se certifica, ainda, de que os recursos que preparou estão sendo usados corretamente. "Ele informa a escola sobre os materiais a serem adquiridos  e busca parcerias externas para concretizar seu trabalho", afirma Maria Tereza.
       A princípio, esse educador não precisa saber tudo sobre todas as deficiências. Vai se atualizar e aprender conforme o caso. Ele pode atuar na sala comum de longe, observando se o material está sendo corretamente usado, ou estender os recursos para toda a turma, ensinando a língua brasileira de sinais (Libras), por exemplo. Quem souber se adaptar não correrá o risco de perder espaço. "O profissional maleável é bem-vindo", garante Maria Tereza.
       O momento atual é de construção. De fato, a inclusão na sala de aula está sendo aprendida no dia a dia, com a experiência de cada professor. "Mas não existe formação dissociada da prática. Estamos aprendendo ao fazer", avalia Cláudia Pereira Dutra, secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC).

fonte: Nova Escola - Edição Especial


domingo, 31 de outubro de 2010

Condição

Eu não sou diferente de ninguém
Quase todo mundo faz assim
Eu me viro bem melhor
Quando tá mais pra bom que pra ruim

Não quero causar impacto
Nem tampouco sensação
O que eu digo é muito exato
E o que cabe na canção

Qualquer um que ouve entende
Não precisa explicação
E se for pensar um pouco
Vai me dar toda razão

A senhora, a senhorita e também o cidadão
Todo mundo que se preza
Nega fogo não

Eu não sei viver sem ter carinho
É a minha condição
Eu não sei viver triste e sozinho
É a minha condição
Eu não sei viver preso ou fugindo

Composição : Lulu Santos

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Inclusão Escolar


Atualmente a inclusão é considerada para os alunos com necessidade educacionais especiais. Com certeza é certo procurar incluir todos os alunos no ensino regular, no entanto, é preciso viabilizar e suprir algumas necessidades e em alguns casos avaliar qual o melhor atendimento para esse aluno. A inclusão significa educação gratuita e apropriada, em ambientes sem restrições, com crianças da mesma idade. As classes especiais ou algum outro tipo de escolarização separada devem ocorrer apenas em casos em que as limitações ou severidade impossibilitem ou que possa surtir melhores efeitos que a classe comum (Brasil, 1998). Os pais deveriam ter direito de escolher o mais adequado para seu filho, mas para isso é preciso esclarecimentos e opções para os mesmos. Infelizmente no Brasil de cada grupo de 100 alunos que ingressam na 1ª série do ensino fundamental 59 conseguem terminar a 8ª série e os outros 41 param de estudar no meio do caminho. Para aqueles que entraram no ensino médio, a expectativa de conclusão é maior: 74% conseguem terminá-lo (Kuno & Gouvêa, 2001). Muitos desses alunos que ingressam na escola e não terminam são crianças consideradas com necessidades educacionais especiais, mais especificamente os alunos com dificuldade de aprendizagem, muitos deles encaminhados a salas especiais e ficando nelas por vários anos sem nenhuma melhora, até sua desistência do aprender abandonando a escola (Dockrell, 2000)
É preciso pensar na Educação Brasileira como algo sério, precisam ser tomadas decisões na procura de soluções para diminuir o número de alunos que não conseguem alfabetizar-se e deixarem de ser excluídos do ensino regular. Assim como os indivíduos com necessidades especiais, que precisam ser incluídos na educação regular e participarem dessa inclusão.

Referências: 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. – Brasília : MEC/ SEF/SEESP, 1998. 62p.
KUNO, P.R.; GOUVÊA, S.F. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 2001
Dockrell, J. Crianças com dificuldade de aprendizagem: uma abordagem cognitiva/ Julie Dockrell e John McShane; trad. Andrea Negreda. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
http://www.profala.com/arteducesp54.htm

A história da Educação Especial

Na era antiga o abandono era ético, as explicações sobre as causas das deficiências variavam, mas normalmente se justificava como "castigo" ou desejo de Deus por alguma razão. Era normal castigar ou torturar as pessoas que tivessem algum tipo de deficiência. Havia "asilos" que alojavam essas pessoas juntamente com velhos. O deficiente mental era chamado de "idiota".
Os filósofos começam a estudar as deficiências e começam a separar os tipos que existem: cegos, surdos, deficiências mentais ou físicas. No entanto a procura das causas parece ser mais importante que o cuidado com as pessoas, os médicos procuram diagnosticar as deficiências, começa o conceito de hereditariedade, onde surgem tentativas de esterilização das pessoas com deficiência ou eliminação das mesmas (Petersen, Kube & Palmer, 1998). O progresso na pesquisa biomédica mostra que deficiência não é hereditária. Procura-se melhores maneira de tratar o deficiente. Percebe-se que a incurabilidade é diferente da educabilidade e então inicia-se um processo de educação para os deficientes.A educação especial começou como assistencial, apenas priorizando o bem estar das pessoas, com acompanhamento médico e psicológico. Depois aparece como instituição de educação escolar e em seguida a busca da integração no sistema geral de ensino. Hoje a proposta é a de inclusão total desses alunos nas salas de aula do ensino regular (Mantoan, 2002).O caminho da mudança de nomenclatura passou também por uma história. Os deficientes eram chamados de "idiotas" antigamente e não se pensava em pessoas que poderiam ser ensinadas e sim, excluídas. Hoje é usada a terminologia "alunos com necessidades educacionais especiais" ou "portadores de necessidade educacionais especiais" (Brasil, 1994). O nome com que é denominada a deficiência ou como tratar os deficientes é reflexo de uma mudança na maneira como as pessoas pensam sobre a deficiência e da procura por maneiras de trabalhar para uma melhora de vida das pessoas que possuem algum tipo de "descapacidade" (Skrtic, 1997).Considerando que a terminologia reflete a postura social, a ONU (Organização das Nações Unidas) adotou a nomenclatura "Pessoas Portadoras de Deficiência" (Slee, 1999). Este termo reflete que a deficiência está na pessoa, mas não é a pessoa. Pensando-se assim fica mais fácil atuar na procura de melhora específica do que a pessoa necessita para torná-la capaz de superar os obstáculos que precisa enfrentar. O estudo feito por Halgren & Clarizio (1993) sobre mudanças nos programas e categorias nos serviços de educação especial mostrou que mudança na categoria da deficiência de um indivíduo o levava a tratamentos diferentes, auxiliando a sua melhora, integração e engajamento no trabalho.
Todos as criticas sobre a política da Educação Especial e as tentativas de atuação que ocorrem desde 1968 e que se acentuaram nos dias de hoje vem fortalecer e criar maiores discussões e procuras de soluções para um ensino eficaz e adequado para os estudantes com necessidades especiais.
Algumas medidas e planejamentos parecem ainda ser utópico perante a realidade existente, no entanto é preciso conseguir a realização de pequenas melhoras, que podem significar muito.

Referências: 
•Petersen,M.C.; Kube,D.A. & Palmer,F.B. Classification of developmental delays. Seminars in Pediatric Neurology. 5, 1, 2-14. 1998.
•Mantoan, M.T.E. A Educação Especial no Brasil - Da exclusão à inclusão escolar. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Edcucação. Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade - LEPED/Unicamp. 2002.
•Slee,R. Is there a desk with my name on it? the politics of integration. Cap. 3: A política de integração: observações sobre o Relatório Warnock. Deakin Studies in Education, 1999.
•Halgren, D.W.; ClarizioH.F. Categorical and Programing. Changes in Special Educacion Services. Michigan State University, 1993.

Educação Especial: a Prevenção das Deficiências e a Busca de Melhoras para Amenizar a Deficiência Adquirida


Quando pensamos em pessoas com necessidades especiais fica claro que é preciso discutir terminologia, instrução, formação, atendimento e infra-estrutura para que a deficiência não impeça o indivíduo de viver em todos os aspectos de uma maneira confortável e prática.
No entanto, é preciso primeiro investir na promoção da saúde para prevenir que possíveis deficiências ocorram, pois muitas são geradas por problemas que podem ser evitados. Muitos fatores podem facilitar a prevenção da deficiência, entre eles estão:

•Saneamento básico e educação sanitária, isso pode evitar diversas doenças que causam danos irreversíveis ou mesmo a morte.
•Proteção contra-acidentes, muitos destes podem e devem ser evitados com orientações e materiais adequados de proteção. Como exemplo, podemos citar o caso dos protetores auriculares, que devem ser utilizados nas industrias onde o nível de ruído está acima do nível permitido, afetando a audição dos operários. Os danos mais freqüentemente causados por acidentes no trabalho são deficiência física e surdez.
•Evitar doenças contagiosas através de vacinação, orientação e divulgação.
•Tratar da cura das doenças o mais cedo possível, buscando-se diagnósticos precoces, podendo assim evitar conseqüências irreversíveis.
•Exames realizados no nascimento dos bebês podem servir para a descoberta de alguma anormalidade com necessidade de tratamento, a qual descoberta a tempo e tratada pode evitar uma futura deficiência. Como por exemplo, o teste do "pezinho", ou testes que podem diagnosticar uma futura surdez ou cegueira. Mas é preciso que todos tenham direito a esses exames e que haja uma orientação e principalmente informação para que todos, além do acesso, estejam cientes que é preciso realizá-los.
•A orientação aos pais sobre o pré-natal e os cuidados básicos que devem ter com o bebê pode evitar que ele se torne um futuro portador de alguma deficiência.
É necessário investir primeiro nos aspectos que podem evitar a deficiência. Alertar para os cuidados, precauções e principalmente informações à população.
No entanto, esses fatores e a falta de informação para a população são falhos, mas estão melhorando. A vacinação e alguns testes têm evitado deficiências antes comuns. Uma vitória alcançada é a erradicação da poliomielite, graças a grandes campanhas de informação e o esforço das autoridades.
Nem toda deficiência pode ser prevenida e evitada. Mas podemos diminuir o número de casos com vacinas, cuidados e precauções.
Melhoras Possíveis para Amenizar a Deficiência

Quando a deficiência existe e não há mais nada a fazer para solucionar o problema do indivíduo, é preciso então buscar alternativas para amenizá-la. Muito se pode fazer para bebês e crianças que têm algum tipo de deficiência, para que possa ter alternativas de melhora no desenvolvimento físico e intelectual.
O esclarecimentos aos pais da deficiência que seu filho possuí e o que eles podem fazer é muito importante. Em alguns casos, onde os pais sentem-se incapazes ou perdidos é preciso oferecer apoio, isso pode ser fundamental para conseguir que eles aceitem e entendam a deficiência, para poder trabalhar melhor com seus filhos.
No caso dos adultos que adquirem alguma deficiência, o treinamento e a reeducação são necessários para possibilitar a máxima utilização das capacidades restantes, ensinando-os a alcançar os melhores resultados.
A intervenção precoce pode ajudar o desenvolvimento dos bebês. A fisioterapia, a linguagem e a estimulação podem ser trabalhadas com profissionais e também com os pais que devem ser orientados no que for preciso.
No entanto, apesar de procurar amenizar, é importante mostrar a realidade, que o indivíduo possuí uma deficiência. Isso deve estar claro para os pais e para o próprio indivíduo. O termo "Indivíduos com Necessidades Especiais" expressa de maneira menos aversiva essa realidade.
Infelizmente nem sempre se pensou assim, vamos relembrar um pouco da história de como as pessoas consideradas fora do padrão estipulado como normalidade foram tratadas.

fonte : http://www.profala.com/arteducesp54.htm

Tecnologias especiais para crianças com necessidades especiais


A Educação Especial desenvolve-se em torno da igualdade de oportunidades, em que todos os indivíduos, independentemente das suas diferenças, deverão ter acesso a uma educação com qualidade, capaz de responder a todas as suas necessidades. Desta forma, a educação deve-se desenvolver de forma especial, numa tentativa de atender às diferenças individuais de cada criança, através de uma adaptação do sistema educativo.
A evolução das tecnologias permite cada vez mais a integração de crianças com necessidades especiais nas nossas escolas, facilitando todo o seu processo educacional e visando a sua formação integral. No fundo, surge como uma resposta fundamental à inclusão de crianças com necessidades educativas especiais num ambiente educativo.
Como uma das respostas a estas necessidades surge a utilização da tecnologia, com o desenvolvimento da Informática veio a se abrir um novo mundo recheado de possibilidades comunicativas e de acesso à informação, manifestando-se como um auxílio a pessoas com necessidades educativas especiais.
Partindo do pressuposto que aprender é fazer, a tecnologia deve ser encarada como um elemento cognitivo capaz de facilitar a estruturação de um trabalho viabilizando a descoberta, garantindo condições propícias para a construção do conhecimento. Na verdade são inúmeras as vantagens que advêm do uso das tecnologias no campo do ensino – aprendizagem no que diz respeito a crianças especiais.
Assim, o uso da tecnologia pode despertar em crianças especiais um interesse e a motivação pela descoberta do conhecimento tendo em base as necessidades e interesses das crianças. A deficiência deve ser encarada não como uma impossibilidade mas como uma força, onde o uso das tecnologias desempenha um papel significativo.


Vantagens
O uso das tecnologias no campo do ensino-aprendizagem traz inúmeras vantagens no que respeita às crianças com necessidades especiais, permitindo:
  • Alargar horizontes levando o mundo para dentro da sala de aula;
  • Aprender fazendo;
  • Melhorar capacidades intelectuais tais como a criatividade e a eficácia;
  • Permitir que um professor ensine simultaneamente em mais de um local;
  • Permitir vários ritmos de aprendizagem numa mesma turma;
  • Motivar o aluno a aprender continuamente, pois utiliza um meio com que ele se identifica;  
  • Proporcionar ao aluno os conhecimentos tecnológicos necessários para ocupar o seu lugar no mundo do trabalho;
  • Aliviar a carga administrativa do professor, deixando mais tempo livre para dedicar ao ensino e à ajuda a nível individual;                                   
Estabelecer a ponte entre a comunidade e a sala de aula.     

fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_especial

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O X da questão.....



Questão de uma prova de Educação Especial, que fiz na faculdade na qual faço parte.

Questão : Faça uma auto-avaliação de sua participação e aprendizado na disciplina (...)

Minha resposta:

   "Aprendi e aprendo cada vez mais em que me aprofundo na disciplina. Me identifiquei muito com tal disciplina , afinal sou portadora de deficiência física. Sou portadora, e não deficiente, pois deficiência significa incapaz. E isso é coisa que os deficientes não são. Li no livro de Léo Buscaglia que “não nasci deficiente, mas sim fui fabricado.” Ao longo de minha vida vim provando para todos minha capacidade, tanto é que hoje estou aqui e me orgulho muito, assim como os outros que aqui estão.
   Estudei também sobre a inclusão, palavra bonita, mas só palavra. Aprendemos sobre ela, mas não a vivenciamos, tomo como exemplo este edifício, sem rampas, elevadores quebrados, placas sem sinalização em braille para os deficientes visuais, para que os mesmos cheguem em suas devidas salas de aula. Enfim ,inclusão no papel ; mas não em braille."

                                                                                                                                            Priscila Sconc

sábado, 23 de outubro de 2010

REFLEXÃO.....


"DEFICIENTE" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"LOUCO" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"CEGO" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

" SURDO" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo,ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

"MUDO" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"PARALITICO" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois"MISERAVEIS" são todos que não conseguem falar com Deus!!!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dislexia

DEFINIÇÃO:

   Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica.
   Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
   Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

QUAL A LEI QUE GARANTE O DIREITO AO DISLEXICO DE FAZER PROVA ORAL ?
   A legislação brasileira atual não possui regras específicas para os disléxicos, não havendo, portanto, uma lei em particular garantindo ao disléxico o direito de fazer prova oral, ter um tempo maior para realização de provas ou de que ele não possa ser reprovado.
   O que existe são várias leis que, apreciadas em conjunto, possibilitam defender os direitos dos educandos com necessidades especiais, como são considerados os disléxicos.
   Aproveita-se para observar que a avaliação de dislexia deve ser realizada através de uma equipe multidisciplinar (psicóloga, fonoaudióloga e psicopedagoga clínica, pelo menos), visto ser a dislexia uma avaliação de exclusão de outras possíveis comorbidades.
   Para defender os direitos dos disléxicos é necessário observar a Constituição Federal (art.  208), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei_nº_9.394) (art. 4º), a Resolução_CNE/CEB_nº02 de 11 de dezembro de 2001 (art. 3º, 5º e 8º), o Estatuto da Criança e do Adolescente (arts. 53 e 54), além de outros artigos dessas leis e de outros documentos legais venham a existir, sendo estes os básicos.
   Também auxilia nesta questão a Lei Estadual n.º12.524, de 2 de janeiro de 2007, que dispõe sobre a criação do Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de Educação. Esta lei foi aprovada, mas ainda não foi regulamentada, o que impede a sua aplicação.
   Os pais podem ainda procurar a Diretoria Regional de Ensino responsável pela escola onde se encontra matriculada a criança disléxica, e, se assim entenderem necessário, efetuar uma queixa contra a escola que não está cumprindo com a sua obrigação de efetuar a inclusão desse educando com necessidades especiais.
   São as considerações básicas a serem observadas, de forma genérica, devendo cada caso individual ser analisado para buscar a solução mais adequada.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A adaptação do sistema educativo

A adaptação do sistema educativo a crianças com necessidades especiais deve procurar:
  • Incentivar e promover a aplicação das tecnologias da informação e comunicação ao sistema de ensino. Promover a utilização de computadores pelas crianças e jovens com necessidades especiais integrados no ensino regular, criar áreas curriculares específicas para crianças e jovens de fraca incidência e aplicar o tele-ensino dirigido a crianças e jovens impossibilitados de frequentar o ensino regular.
  • Adaptar o ensino das novas tecnologias às crianças com necessidades especiais, preparando as escolas com os equipamentos necessários e promovendo a adaptação dos programas escolares às novas funcionalidades disponibilizadas por estes equipamentos.
  • Promover a criação de um programa de formação sobre a utilização das tecnologias da informação no apoio às crianças com necessidades especiais, destinados a médicos, terapeutas, professores, auxiliares e outros agentes envolvidos na adequação da tecnologia às necessidades das crianças.

Educação Especial



   A Educação Especial é o ramo da Educação , que ocupa-se do atendimento e da educação de pessoas com deficiência em instituições especializadas, tais como escola para surdos, escola para cegos ou escolas para atender pessoas com deficiência mental. A educação especial realiza-se fora do sistema regular de ensino. Nesta abordagem, as demais necessidades educativas especiais que não se classificam como deficiência não estão incluídas.
   A Educação Especial é uma educação organizada para atender especifica e exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. Algumas escolas dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto que outras se dedicam a vários. O ensino especial tem sido alvo de criticas, por não promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças. Por outro lado, a escola direcionada para a educação especial conta com materiais, equipamentos e professores especializados. O sistema regular de ensino precisa ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva. A Educação Especial denomina tanto uma área de conhecimento quanto um campo de atuação profissional. De um modo geral, a Educação Especial lida com aqueles fenômenos de ensino e aprendizagem que não têm sido ocupação do sistema de educação regular, porém tem entrada na pauta nas últimas duas décadas, devido ao movimento de educação inclusiva. Historicamente a educação especial vem lidando com a educação e aperfeiçoamento de indivíduos que não se beneficiaram dos métodos e procedimentos usados pela educação regular. Dentro de tal conceituação, inclui-se em Educação Especial desde o ensino de pessoas com deficiências sensoriais, passando pelo ensino de jovens e adultos, até mesmo ensino de competências profissionais. Dentre os profissionais que trabalham ou atuam em Educação Especial estão: Educador Físico, Professor, Psicólogo, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo e Terapeuta Ocupacional. Sendo assim, é necessário antes de tudo, tornar real os requisitos para que a escola seja verdadeiramente inclusiva e não excludente.