terça-feira, 26 de outubro de 2010

A história da Educação Especial

Na era antiga o abandono era ético, as explicações sobre as causas das deficiências variavam, mas normalmente se justificava como "castigo" ou desejo de Deus por alguma razão. Era normal castigar ou torturar as pessoas que tivessem algum tipo de deficiência. Havia "asilos" que alojavam essas pessoas juntamente com velhos. O deficiente mental era chamado de "idiota".
Os filósofos começam a estudar as deficiências e começam a separar os tipos que existem: cegos, surdos, deficiências mentais ou físicas. No entanto a procura das causas parece ser mais importante que o cuidado com as pessoas, os médicos procuram diagnosticar as deficiências, começa o conceito de hereditariedade, onde surgem tentativas de esterilização das pessoas com deficiência ou eliminação das mesmas (Petersen, Kube & Palmer, 1998). O progresso na pesquisa biomédica mostra que deficiência não é hereditária. Procura-se melhores maneira de tratar o deficiente. Percebe-se que a incurabilidade é diferente da educabilidade e então inicia-se um processo de educação para os deficientes.A educação especial começou como assistencial, apenas priorizando o bem estar das pessoas, com acompanhamento médico e psicológico. Depois aparece como instituição de educação escolar e em seguida a busca da integração no sistema geral de ensino. Hoje a proposta é a de inclusão total desses alunos nas salas de aula do ensino regular (Mantoan, 2002).O caminho da mudança de nomenclatura passou também por uma história. Os deficientes eram chamados de "idiotas" antigamente e não se pensava em pessoas que poderiam ser ensinadas e sim, excluídas. Hoje é usada a terminologia "alunos com necessidades educacionais especiais" ou "portadores de necessidade educacionais especiais" (Brasil, 1994). O nome com que é denominada a deficiência ou como tratar os deficientes é reflexo de uma mudança na maneira como as pessoas pensam sobre a deficiência e da procura por maneiras de trabalhar para uma melhora de vida das pessoas que possuem algum tipo de "descapacidade" (Skrtic, 1997).Considerando que a terminologia reflete a postura social, a ONU (Organização das Nações Unidas) adotou a nomenclatura "Pessoas Portadoras de Deficiência" (Slee, 1999). Este termo reflete que a deficiência está na pessoa, mas não é a pessoa. Pensando-se assim fica mais fácil atuar na procura de melhora específica do que a pessoa necessita para torná-la capaz de superar os obstáculos que precisa enfrentar. O estudo feito por Halgren & Clarizio (1993) sobre mudanças nos programas e categorias nos serviços de educação especial mostrou que mudança na categoria da deficiência de um indivíduo o levava a tratamentos diferentes, auxiliando a sua melhora, integração e engajamento no trabalho.
Todos as criticas sobre a política da Educação Especial e as tentativas de atuação que ocorrem desde 1968 e que se acentuaram nos dias de hoje vem fortalecer e criar maiores discussões e procuras de soluções para um ensino eficaz e adequado para os estudantes com necessidades especiais.
Algumas medidas e planejamentos parecem ainda ser utópico perante a realidade existente, no entanto é preciso conseguir a realização de pequenas melhoras, que podem significar muito.

Referências: 
•Petersen,M.C.; Kube,D.A. & Palmer,F.B. Classification of developmental delays. Seminars in Pediatric Neurology. 5, 1, 2-14. 1998.
•Mantoan, M.T.E. A Educação Especial no Brasil - Da exclusão à inclusão escolar. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Edcucação. Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade - LEPED/Unicamp. 2002.
•Slee,R. Is there a desk with my name on it? the politics of integration. Cap. 3: A política de integração: observações sobre o Relatório Warnock. Deakin Studies in Education, 1999.
•Halgren, D.W.; ClarizioH.F. Categorical and Programing. Changes in Special Educacion Services. Michigan State University, 1993.

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